OS MELHORES PREFÁCIOS DA LITERATURA UNIVERSAL - QUINCAS BORBA, DE MACHADO DE ASSIS


A segunda edição deste livro acabou mais depressa que a primeira. Aqui sai ele em terceira, sem outra alteração além da emenda de alguns erros tipográficos, tais e tão poucos que, ainda conservados, não encobririam o sentido. 

Um amigo e confrade ilustre tem teimado comigo para que dê a este livro o seguimento de outro. "Com as Memórias póstumas de Brás Cubas, donde este proveio, fará você uma trilogia, e a Sofia de Quincas Borba ocupará exclusivamente a terceira parte". Algum tempo cuidei que podia ser, mas relendo agora estas páginas concluo que não. A Sofia está aqui toda. Continuá-la seria repeti-la, e acaso repetir o mesmo seria pecado. Creio que foi assim que me tacharam este e alguns outros dos livros que vim compondo pelo tempo fora no silêncio da minha vida. Vozes houve, generosas e fortes, que então me defenderam; já lhes agradeci em particular; agora o faço cordial e publicamente. 

1899. 

ASSIS, de M. Quincas Borba. 1 ed. São Paulo: Ática, 1998. Série Bom Livro. 

MINHA HISTÓRIA COM MEUS LIVROS - CAPÍTULO 8 - AS BIOGRAFIAS





Sim, confesso que gosto de saber da vida dos outros. E quem não gosta? Quem não gosta de uma boa fofoca? Mas esses outros a que me refiro não são pessoas quaisquer. São pessoas famosas, que souberam usar seus talentos para servir às artes em geral (música, teatro, televisão, cinema, literatura), à ciência, à psicologia, à filosofia e outras matérias essenciais para a vida humana. Portanto, diria que aprecio uma boa fofoca intelectual, embora goste também de dar uma espiadinha em fofocas fúteis de pseudofamosos que nada acrescentam ao mundo para distrair a cabeça das coisas mais elevadas. 

Assim sendo, a biografia de Toquinho, a primeira que comprei foi por ocasião do aniversário do meu marido (que é músico e compositor), pouco depois que juntamos nossas escovas de dentes lá em 2012, mas quem acabou lendo fui eu. Acho que é um daquele tipo de presente que você dá para alguém que ama, mas na verdade dá para você mesma... Ou seja, o aniversário é apenas uma desculpa para comprar algo que você mesma deseja, disfarçando que é presente para o outro. Quem nunca?

Do lado direito, a biografia de Paulo Leminski, comprei depois de saber de algumas polêmicas e segredos sobre a vida do poeta curitibano revelados pelo próprio objeto desse segredo todo, o qual pelas mãos do destino acabou vindo parar em minha casa na época da pandemia para revisitar seu passado aqui na cidade. Tal "segredo", que agora já não é mais segredo está amplamente divulgado na internet na figura do filho mais velho não-reconhecido do poeta, Paulo Leminski Neto, cuja identidade e história de vida foi adulterada por meio de uma trama mal contada pelos pais e padrastos do rapaz, que segue incansável em busca de seus direitos depois de passar por poucas e boas. 

Depois dessas duas passei a comprar outras e mais outras. A última aquisição foi a biografia da saudosa e tresloucada Rita Lee em duas partes ainda em 2023, que por sinal só fui ler neste ano. Para quem gosta de ler como eu e já leu muito, mas muito nessa vida, a falta de tempo crônica tem sido um grande empecilho para continuar com meu hábito mais querido. 

Dos sei lá,  dez a vinte livros que costumava ler por ano, atualmente se consigo ler um ou dois já me dou por satisfeita. Mas confesso que queria ler mais, bem mais...