MINHA HISTÓRIA COM MEUS LIVROS - CAPÍTULO 4 - LITERATURA BRASILEIRA




Entre outros livros, nesta prateleira se destaca a coleção de Clarice Lispector, na qual se incluem as seguintes obras: A legião estrangeira; Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres; Perto do coração selvagem; A paixão segundo G.H; A maçã no escuro e o calhamaço Todos os contos. Esta coleção lançada pela Editora Rocco em 2016, se não me engano, foi-me presenteada por meu marido em meu aniversário, mas confesso que só li A hora da estrela (romance) para um trabalho de faculdade e Felicidade clandestina (contos),  quando cursava ainda o ensino médio.

Logo, não li nenhum dos outros ainda, pois Clarice é muito visceral, vai no âmago das coisas. Ler um livro dela é como levar um soco no estômago. Não estou preparada física e psicologicamente para travar essa luta e levar tantos socos em sequência. É preciso muita calma nessa hora. Muito treino e concentração para apanhar cada tentativa de, e cada golpe que ela desfere. Clarice pode nos levar a nocaute. Facilmente. 

Também destaco, Ópera dos mortos, do Autran Dourado, que fala de amor e destino, e Fogo morto, do José Lins do Rego, que trata da decadência dos engenhos de açúcar no Nordeste. Dois livros que li ainda no ensino médio e que me impressionaram bastante. O primeiro li por pura curiosidade, coisa de rato de biblioteca; o segundo porque foi citado e comentado nas aulas de Literatura da professora loira e de olhos azuis, muito bonita, da qual infelizmente esqueci o nome e eu fui atrás para ler. 

Há também nesta prateleira o meu amado e estimado Grande sertão: veredas, do grande Guimarães Rosa, livro pelo qual me apaixonei na pós-graduação em Teoria Literária e  que acabou se tornando um dos objetos de estudo do meu TCC juntamente com Aparição,  do autor-filósofo português, Vergílio Ferreira. 

Não posso esquecer também de dois dos primeiros livros que começaram esta prateleira lá em 1984, se não me falha a memória: Caminhando na chuva (sobre as aventuras de infância e adolescência do jovem Tulio no interior do Rio Grande do Sul), do autor gaúcho e meu conterrâneo, Charles Kiefer e O Quinze (que trata da questão da seca no Nordeste) da cearense Rachel de Queiroz (primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras em 1977).

Tais livros pertenciam ao meu querido e, infelizmente, falecido irmão, que diferente de mim, preferiu se embrenhar nos caminhos da matemática e da engenharia. 

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