MINHA HISTÓRIA COM MEUS LIVROS - CAPÍTULO 5 - LITERATURA ESTRANGEIRA 1





Aqui encontram-se os primeiros livros de Literatura Estrangeira, que fui adquirindo ao longo do caminho. Madame Bovary (que trata do tema adultério lá no século XIX) do Flaubert, foi o primeiro deles, assim que ouvi falar do livro e tomei conhecimento de seu enredo. Meu número! 

Me lembro que por algum motivo no primeiro ano de faculdade, a mesma Prof.ª Rosana, da disciplina de Literatura Brasileira citou o livro e obviamente fiquei curiosíssima para lê-lo! Eu não tinha dinheiro para comprá-lo novo. Mas eu sabia que podia ir a um sebo e trocar por algum livro meu. 

Então comentei o fato com meu colega M. e ele me levou ao primeiro sebo que conheci em Curitiba (o qual infelizmente fechou suas portas), na Travessa Jesuíno Marcondes, onde pude fazer a troca. Não sei se fiz besteira ou não, o fato é que troquei a peça Orfeu da Conceição, do Vinicius de Moraes por Madame Bovary.

Mas o caso é que Orfeu da Conceição tecnicamente não era meu. O livro era (ou não era) de uma ex-colega do meu 3º ano do Ensino Médio. Por quê? Porque no ano em que terminei o Ensino Médio, eu e alguns ex-colegas resolvemos fazer uma pequena festa de encerramento do ano em minha casa, porque afinal, todos iríamos finalmente para uma nova etapa da vida: a faculdade, tão sonhada por alguns e não desejada por outros. 

Então, tivemos a meiga ideia de fazer um amigo-secreto já para comemorar o Natal que se aproximava. Eu ganhei um bichinho de pelúcia (um coelhinho mais precisamente e que guardo até hoje) e uma determinada colega,  a V. foi presenteada pela pessoa que a tirou como amiga secreta, a F., justamente com esse livro do Vinicius.  

O fato é que na hora da revelação, quando V. abriu o presente e descobriu que era o livro, simplesmente teve um chilique inexplicável e fez uma cara de decepção, desfazendo do presente como se não tivesse gostado de recebê-lo, criando uma situação constrangedora não só para ambas,  mas para todos nós que presenciamos a cena patética e desnecessária. F., logicamente não sabia o que fazer e num ato meio que de desespero, ofereceu-se rapidamente para trocar o livro por qualquer outro título que V. escolhesse, mas esta pareceu totalmente desinteressada pela proposta. 

Resultado: ao término da pequena reunião, ao resolver ir para casa, V. decidindo que realmente não gostara do presente, o deixou de lado jogado em cima do meu sofá da sala. E F., sentindo-se naturalmente ultrajada também decidiu que não valia a pena trocar o livro para uma pessoa tão ingrata e tão deselegante na hora de receber um presente e, assim,  o livro acabou sobrando para mim. 

Até o momento não consegui decidir bem se sinto um pequeno resquício de culpa ou não, uma vez que a obra poética de Vinicius que me levou para os caminhos da Poesia. Mas ao mesmo tempo não tinha como não adquirir Flaubert!

Já o outro livro da foto, Sílvia (de Gerard de Nerval, um autor também francês), foi citado por Umberto Eco, nos seus Seis passeios pelos bosques da ficção como um exemplo de autor-modelo que procura criar uma simetria com um leitor-modelo, entre outros conceitos do teórico italiano. Obviamente que não podia deixar de conferir a obra para entender como se dá isso em seu enredo. 

Uma coisa sei que é certa: foi a partir daí que só aumentou meu interesse por Literatura Francesa. 



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